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Seneca Lake é o maior dos Finger Lakes, localizado no norte do estado de Nova York. Os moradores e turistas que normalmente migram para o lago para um mergulho relaxante ficarão desapontados este ano, pois foi aquecido por uma usina a gás próxima que está minerando Bitcoin.
“O lago é tão quente que você se sente como se estivesse em uma banheira de hidromassagem", disse Abi Buddington, morador de Dresden, cuja casa fica perto da usina.
A instalação – de propriedade da empresa de private equity Atlas Holdings desde 2014 e operada pela Greenidge Generation LLC – está localizada às margens do belo lago. Juntos, eles aumentaram drasticamente a produção elétrica da planta no último ano e meio, liberando meio bilhão de libras de CO2 por ano, tudo em nome da mineração de Bitcoin em computadores, um processo incrivelmente intensivo em energia que envolve a verificação transações para ganhar recompensas (também conhecido como Bitcoin).
A fábrica está atualmente operando 8.000 computadores 24 horas por dia para “minerar” a moeda virtual. Enquanto isso, o custo de manter a planta fresca é repassado ao meio ambiente local. Para manter as turbinas da usina resfriadas, um tubo de entrada puxa aproximadamente 100 milhões de galões de água do lago todos os dias. Essa água, agora aquecida a temperaturas incrivelmente altas, é despejada em um rio, o que sem dúvida impactará a vida selvagem e as plantas que dependem dessa fonte de água.
Greenidge instalou milhares de plataformas de mineração que puxaram mais de 1.100 Bitcoins desde fevereiro deste ano. Isso é cerca de US $ 37 milhões de dólares. A empresa tem planos de instalar milhares de sondas adicionais, que usarão 85MW da capacidade total de 108MW da usina.
Em dezembro passado, quando a fábrica da Atlas operava com meros 13% de sua capacidade total, ela produziu 243.103 toneladas de dióxido de carbono e gases de efeito estufa equivalentes. Isso é um salto de dez vezes em relação a janeiro daquele ano, quando começou a mineração. A usina atualmente tem permissão para emitir 641.000 toneladas de emissões equivalentes de dióxido de carbono a cada ano, mas em sua capacidade total de 108 MW, a poluição pode chegar a 1,06 milhão de toneladas em um ano.
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O Lago Seneca tem 12.000 anos e é conhecido por suas águas cristalinas de alta qualidade. É também o lar de uma grande população de trutas do lago que mantém o National Lake Trout Derby por 57 anos consecutivos. Esses peixes desovam nos rios que alimentam o Lago Seneca. O Keuka Lake Outlet é um desses rios, e aquele em que Greenidge despeja sua água aquecida.
A truta é incrivelmente sensível às mudanças na temperatura da água e prefere temperaturas em torno de 50 graus (Fahrenheit), pois contém a quantidade mais confortável de oxigênio para eles. Temperaturas mais altas do que isso podem estressar os peixes e, quando as temperaturas excedem 70 graus, as trutas param de crescer e começam a morrer.
Greenidge tem permissão para despejar 135 milhões de galões de água no Keuka Lake Outlet em temperaturas de até 108 graus Fahrenheit no verão e 86 graus durante o inverno. À medida que essa água aquecida segue do rio para o Lago Seneca, pode levar a perigosas florações de algas e outras preocupações sérias. Embora um estudo focado em determinar as temperaturas do lago e outras métricas não seja concluído até 2023, os moradores dizem acreditar que a água já está muito mais quente.
Embora existam questões ambientais compreensíveis que acompanham a mineração de criptomoedas, algumas das instituições locais de Dresden estão felizes em ver Greenidge de volta aos negócios. A NBC News informou que a empresa doou US$ 20.000 para programas locais de educação e enriquecimento, doou uma máquina de US$ 25.000 para o corpo de bombeiros local, criou 31 empregos e financiou um estudo econômico mostrando que “a empresa fez pagamentos às autoridades locais em vez de impostos imobiliários de $ 272.000 no ano passado.”
No entanto, muitos moradores como Buddington não estão interessados nessas doações e acreditam que lutar contra a empresa é a única maneira de avançar. “Minha preocupação é que, se não fizermos algo agora, será muito mais difícil desfazer.”
via Ars Technica